sexta-feira, 17 de junho de 2011

A casa sobre a rocha;

Quando buscamos os ensinamentos de Jesus e os observamos para que, em nosso caminhar terreno consigamos vivenciá-los, estamos, como disse o Mestre, " edificando a nossa casa sobre a rocha".

Quando, ao contrário, nos distanciamos das sublimes lições que Jesus nos legou, estamos "edificando a nossa casa sobre a areia", sem nenhuma solidez.

Pelo esforço de renovação interior e de exemplificação constante de tudo o que temos aprendido, em termos de moral cristã, solidificamos esses conhecimentos na própria alma. Isto nos dará firmeza de caráter, para não vacilarmos diante das tentações ou de outras situações inusitadas da vida, que nos possam desviar do rumo certo.

Fortalecendo a fé em bases sólidas, não nos faltará a coragem de lutar para vencer as nossos tendências negativas.

A cada encarnação que viemos em contato com o mundo material e sujeitos a toda espécie de adversidades, encontramos novas oportunidades de fortalecimento interior.

Soprem os ventos do infortúnios, caia a chuva torrencial das dores que nos atinjam, não desanimaremos nem nos entreguemos á revolta ou ao desespero.

A fé nos traz lucidez interior, clareza mental e condições de confiança plena no amparo divino.

Assim, filho meu, procura conservar, em bases sólidas a tua casa mental, em que a fé te sustente diante das lutas difíceis a enfrentar e o amor não se esmoreça em teu coração.

Faze de tua vida uma luta vitoriosa que te conduzirá, um dia, a um futuro mais feliz, de muita luz e paz.


( texto extraido do livro (NA EDUCAÇÃO DA ALMA), de Lúcia Cominato pelo Espírito de Irmã Maria do Rosário.)


Para refletirmos, e não desanimarmos diante de pequenas situações, que, por ventura venham surgir.

Bella.


17/06/2011

domingo, 22 de maio de 2011

E se não houver amanhã?


Ontem, 21 de maio de 2011, teríamos o ultimato divino que, sem paciência e nem dó, destituiria-nos da oportunidade de vida nesse mundo.

Isso era o que pregava um grupo evangélico dos Estados Unidos, Family Radio, fundado pelo pastor Harold Camping, de 89 anos. O pastor afirma que a Bíblia traz provas contumazes de que 7 mil anos após o dilúvio (exatamente 21/05/2011), Jesus voltaria para o grande juízo final.

Hoje são 22 (e como canta Paula Toller, do Kid Abelha, em sua música, “amanhã é 23”)... E o mundo continua a rodar, rodar, rodar... deixando o nosso irmão Harold mais tonto ainda.

Continuamos a... tomar nosso café ao despertar, produzir lixo, poluir mares, deixar escoar água mais do que o necessário,fitar o relógio, apressar o passo, comer mais que a fome, fazer média, perder tempo, tecer vãos comentários, mostrar cara feia, guardar mágoas, pegar filas, apostar na mega, buzinar diante do carro parado à toa, xingar no trânsito, cair no ridículo, passar nos buracos da “cidade dela”, votar mal, estacionar em local proibido, meter o pé na poça d'água, contrair dengue, ficar com febre, voltar pra casa, dormir... para recomeçar tudo em outro dia.

Mas... e se não houver amanhã?

Se a Terra, para algum(uns) de nós já não nos provesse do fluido vital que anima o nosso corpo físico?

Não deixaremos jamais de existir, é certo, dado a nossa condição de Espíritos imortais que somos. Porém, há um tempo destinado a nossa presença física neste belo planeta. E poucos somos os que param para refletir que hoje pode nos ser dado o termo final dessa experiência.

Será que nos preparamos a cada dia para realizarmos a possível viagem de volta à nossa verdadeira casa de origem?

Se, enquanto espíritas, já compreendemos a nossa natureza divina e imortal; se assimilamos a reencarnação planetária enquanto estágio de evolução a cumprir; por que não vivenciamos realmente o dia de hoje como sendo o único dia para realizarmos o melhor, a partir de nós, para o mundo?

Não basta dispor nossa fé teoricamente, é imperioso acompanharmos sua vivência no presente. E diante de uma lúcida consciência e ação (conscientização), modificarmos o nosso modus vivendi.

Sorrir mais, comer moderadamente, fitar o céu, ter tempo para ouvir, olhar nos olhos, falar com suavidade, abraçar com vontade, beijar muuuito, falar eu te amo, desejar o bem, perdoar alguém, cuidar do meio ambiente, respeitar as diferenças, cultivar o bom humor, dividir com o outro, somar esperanças, enxugar lágrimas, espalhar alegria, viver com prazer... SER MELHOR!

Não importa se não houver amanhã, desde que possamos fazer do hoje o melhor momento vivido, pois na verdade... o amanhã não existe!

(Kathia Albuquerque)


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Mania do "melhor"

Leila Ferreira é uma jornalista mineira com mestrado em Letras e doutora em Comunicação, em Londres. Apesar disso, optou por viver uma vidinha mais simples, em Belo Horizonte...

Estamos obcecados com "o melhor". Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
Bom não basta.
O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".
Isso até que outro "melhor" apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.
Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.
Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos.
Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?
Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo...
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

(Leila Ferreira)

Achei esse texto interessante e atual, vem ao encontro do que penso diante do consumismo desenfreado que tomou conta de muita gente.

Bete Mapurunga

A dor do crescimento

Ostras felizes não fazem pérolas. Pessoas que não vivenciam o processo da dor não despertam a capacidade criativa, pois não sentem o atrito gerado pelas experiências difíceis que lhes incitam a busca pelo equação do equilíbrio existencial. Não fazendo uma apologia à dor, mas reconhecendo-a como importante instrumento de burilação para o maturar do Ser, o autor do livro “Ostra feliz não faz pérola”, convida-nos a essa importante reflexão. Vai aí a dica de leitura.
Livro: Ostra feliz não faz pérola
Autor: Rubem Alves
Editora: Planeta

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Saber Ouvir

Eis um grande aprendizado a realizar – saber ouvir. Geralmente há uma tendência para expormos os nossos pontos de vista, idéias, reivindicações, sem sequer percebermos estar invadindo o espaço da expressão do outro.
É preciso aquietar a mente, deixar serenar o coração, e observar em nossa volta as muitas vozes que clamam por cuidado.
Emprestar ouvidos é mais do que simplesmente escutar, é estabelecer empatia com o interlocutor, é ter a habilidade de silenciar-se por um instante, permitindo que o outro exteriorize o que pode ser dor. É também saber calar diante da ofensa para não compartilhar com o desequilíbrio interposto.
Esse movimento de sutil generosidade, aos poucos, acaba por revelar a gradual vivência do amor, ao contribuir com a valorosa edificação da paz entre os homens.
Psiu, ouçamos!
(Kathia Albuquerque)


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Amarras do Controle



Relógio desperto na hora certa, mesa posta, café no ponto, iluminação adequada, roupa antes do banho escolhida. Minutos cronometrados sob olhares rígidos. Atrasar a um compromisso? Jamais! Antecipadamente, verifico o caminho a ser tomado, calculo a distância percorrida e o tempo a ser gasto. Busco “ganhar” os semáforos em suas disposições alternadas, e fico furiosa quando os carros que estão à frente não obedecem esse ritmo. Odeio perder tempo!
No trabalho tudo agendado, detalhes conferidos, papéis ordenadamente dispostos, tarefas criteriosamente cumpridas.
Tudo perfeitamente desenhado sob a régua do controle. Gosto de deter o poder sobre cada situação. Improvisar não garante o resultado esperado.
Mas... como tudo isso me cansa!

E quando o imprevisto acontece?

Estava com tudo bem planejado para iniciar um dia repleto de afazeres. Só não contava com um fato inusitado. Ao entrar no elevador para acessar o estacionamento do meu prédio, indicando o botão correto, fui parar em outro andar, e o pior, o elevador entrou em pane, deixando-me presa. Lá estava eu, além do medo inesperadamente disposto em meu semblante, com uma desconfortante sensação de descontrole. Todo o meu planejamento pendurado em 15 minutos horrivelmente “roubados” pelo imprevisto. Da chegada do auxílio até minha recomposição do grande susto, houve tempo suficiente para eu constatar nossa limitação diante do destino.
Controlar é pura ilusão que nos arvoramos para mistificar o medo e a dor. O controlador compulsivo desenvolve um comportamento reativo diante da vida. A falta de habilidade em lidar com as mudanças reflete uma rigidez característica de quem teme o que pode vir pela frente. E isso, não só põe limites à criatividade, como causa um enorme desgaste emocional. Ter que a todo momento calcular os próximos passos ou decisões, coloca-nos em constante estado de alerta. A postura de tensão revela a necessidade do cuidado a seguir. Aceitar a impermanência da vida nos favorece uma maior disposição para transitar nossos destinos num cenário de constantes variações.

Mantendo o foco

Abrir mão do controle não significa tirar o foco da responsabilidade, da disciplina e do planejamento eficaz. Podemos seguir metas com flexibilidade.
A natureza responde equilibradamente às sugestões de cada novo dia. O suceder das estações obedecem a uma graduação espontânea. Há tempo de plantar, cultivar e colher o fruto na época do maturar. Como diziam nossas avós, não adianta por a carroça diante dos bois. O ponto de chegada passa antes pelo de partida. E aguardar o momento oportuno, agindo no presente, garante uma otimização de nossos esforços, ao dispender somente a energia necessária para cada investida.

Virando o jogo

A ânsia pela espera do filho que ainda não chegou da balada da madrugada produz uma quantidade de adrenalina suficiente para manter “acessas” várias mães que, se reunidas estivessem, teriam “gás” para curtir e compor toda uma night. E no entanto, a corda invisível do controle as abstrai da paz necessária ao repouso, sufocando-as até que o barulho da chave, abrindo a porta, as liberte do tormento vivido.
Tirar o pé do freio na ladeira é perigoso, mas mantê-lo, ainda que em superfície plana, não nos leva a lugar algum. É preciso saber dosar os níveis de expectativas. O caminho do meio (expresso na tradição budista) é o indicado para que possamos bem nos conduzir na trajetória que nos reportará ao autoconhecimento e ao desenvolvimento de posturas comportamentais positivas, outorgando-nos habilidades necessárias para sanar os nossos conflitos.
Desfrutar de uma lucidez mental requer de nós uma atitude pró-ativa, que nos retire do papel de simples agentes de nossa história e nos promova a autênticos sujeitos transformadores da realidade presente.

De onde vem a luz no fim do túnel?

Querer romper com esse padrão de comportamento rígido, pode ser um prenúncio para vislumbrarmos a luz que vem de nossas potencialidades íntimas. Eis algumas tentativas iluminadoras:

- Viver um dia de cada vez, como o que apregoa os Alcoólicos Anônimos - “Só por hoje”. Isso já nos garante um bom começo para esse laborioso processo de autotransformação.

- Ativar a esperança e a fé colaboram, por sua vez, para acionar os potenciais de calma e serenidade (“Viver com fé eu vou, a fé não costuma falhar”).

- Exercitar a valiosa lição do desapego, rompendo aos poucos com toda a causa de sofrimento e dor, onde o controle doentio é apenas reflexo desse mal.

- Aceitar as diversidades e o ritmo de crescimento de cada ser, fazendo com que a rigidez ganhe nova feição psíquica, ao adotar posturas de naturalidade e tolerância, proporcionando relacionamentos mais satisfatórios.

- Educar suas emoções, não se permitindo ser dominado pelo imediatismo dos fatos, mas dominar-se.

- Não mais utilizar o controle como uma fuga psicológica, e sim tomar consciência dos seus limites/dificuldades para trabalhá-los.

- Aceitar a naturalidade da vida que, por si só, muda a cada momento, identificando-se como ser integrante desta mesma natureza, portanto em constante processo de autotransformação.


Que possamos abrir mão do controle desmedido, apostar em nós e ganharmos a chance de nos descobrir mais felizes.

(Kathia Albuquerque)